terça-feira, 16 de junho de 2015


Cultura ou Imposição? Eis a questão.


Boa noite galera! Como estão? Acho que não vai ficar tão bem, pois hoje é o nosso último post do semestre! SIM, INFELIZMENTE vocês terão que sobreviver sem os posts sobre os textos maravilhosos explanados na disciplina de Introdução à Psicologia 1º/2015. Todavia, o que fica é o maravilhoso ensino aprendido durante esses meses de PsicoFla, que me engrandeceu muito e tenho certeza que a vocês também, né?



Mas AINDA RESTA UM TEXTO!




        E para finalizar a disciplina nada melhor do que um texto do FREUD que resume quase todas as ideias vistas nas abordagens anteriores e que vai identificar o problema da infelicidade humana como inerente à cultura e, como esta restringe a liberdade humana. Em parte é verdade né galera? Parem pra pensar, com as ideias contratualistas podemos observar que sempre há um ganho em assinar o contrato e constituir uma sociedade, mas sempre há as restrições, que geram a infelicidade e o sofrimento.

        Com isso, muitas vezes as pessoas buscam nas drogas, na meditação (Öser), na religião, na arte e na ciência, distrações para amenizar a miséria ou que a disfarce. Logo, o ser humano busca sempre evitar a dor e encontrar o prazer e, muitas vezes, por causa das restrições culturais, precisam recorrer a outros meios para encontrar a felicidade. Entretanto, é importante ressaltar que não existe uma fórmula mágica para a felicidade, cada um tem seu jeito de ser feliz, entretanto, a cultura tenta impor um só jeito de se encontrar a felicidade, limitando a vida sexual das pessoas ou instituindo somente um tipo de amor como certo. ORA, ISSO NÃO É CONTRADITÓRIO? Pois é, é sim. Por isso que a cultura é a origem do sofrimento, pois ao mesmo tempo que prega uma sociedade livre e universal, restringe certas liberdades dos indivíduos que são essenciais ao seu prazer.

        Essas restrições podem ser em relação à beleza, à limpeza ou mesmo em relação ao desenvolvimento cultural. Principalmente em nosso país e na atual sociedade capitalista, existe um tipo de mulher que é considerada “bonita”, ela é magra, de cabelo liso, de pele branca, com a cintura fina, com o quadril grande e com os peitos avantajados. Esse é o padrão de beleza imposto para nós, ou seja, quem não se encaixa nesse padrão, não serve.


        Será que não é possível entender que somos diferentes? CARAMBA, por isso muitas pessoas preferem morrer (suicídio) ou mesmo se drogar para se blindar deste mundo imerso em uma cultura que restringe e impõe. Algumas, recorrem à Deus, por meio das mais variadas religiões para se desligar deste mundo e se ligar para as coisas boas, e essas pessoas são como eu, que também acredito na religião como entorpecente ao mundo, pois para mim, somente Deus é a verdadeira felicidade.

        Além disso, existem as restrições sociais que nascem junto com os indivíduos, que ao nascerem e crescerem já encontram na figura do pai, uma imagem do chefe e de um poder ilimitado, que de certa forma limita suas atitudes. Com isso, vão se desenvolvendo diversos tipos de verdades absolutas, que necessitam ser questionadas, como por exemplo a submissão feminina e sua domesticação. Ao nascermos, nos é imposto uma figura da mulher como sendo dócil, mãe e dona de casa. O QUE NÃO É VERDADE! AS MULHERES NÃO DEVEM SER RESTRINGIDAS À ESFERA DOMÉSTICA! Por isso, devemos questionar a atual cultura na qual estamos inseridos, porque ela é a causadora de todo o mal estar.

                                               
        Assim, chegamos à conclusão de tudo isso: Não adianta impor uma ordem de conduta para todos os indivíduos, cada um tem sua preferência, sua forma de ser feliz. A nossa variância deve ser levada em consideração em todos os aspectos, pois a forma que me faz feliz, às vezes não terá o mesmo efeito pra você. Será que assim, não acabaríamos com o problema das drogas? Será que assim as pessoas estariam livres para serem felizes da maneira que querem? Não estou dizendo que devemos entrar em um estado anárquico, sem governo e sem lei. Estou me referindo a uma sociedade regrada, com direitos e deveres, mas que respeite cada um de acordo com suas particularidades e escolhas.

       É assim que encerramos esta disciplina, com a conclusão de que devemos levar em consideração o próximo, respeitando-o e sempre questionando os padrões e/ou restrições que a nossa cultura impõe. Seja na igreja, no templo budista, seja homossexual, hétero, negra, branca, cheinha ou magrinha, não importa, SÓ SEJA FELIZ DO JEITO QUE ACHA MELHOR.

Referência: Freud, S (2010) o mal estar na cultura. Porto Alegre:L±


É isso, obrigada galera. Até mais. 

           

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O MUNDO DE UM HOMEM ESTILHAÇADO

Olá amiguinhos, how are you?
       Espero que fine, because hoje é dia de postagem nova!

        E hoje vamos tratar de FATOS REAIS. Então atentem-se a cada palavra nessa postagem, porque tudo que aqui será dito, é real e foi vivido por um homem.

                                 

       Hoje nosso tema envolve guerra e cérebro. Trata-se basicamente da história de um homem, que durante a guerra, foi atingido por um projétil em seu cérebro, que acabou por propiciar memórias fragmentadas ao homem. Mas vamos ao contexto: tal homem vivia em uma cidade da União Soviética, chamada Epifani, durante o ano de 1941, quando acabava o ensino médio e ingressava no ensino superior para trabalhar nas áreas de ciência e tecnologia. Porém, à princípios de 1943, ele teve que lutar contra os nazistas, que invadiam o seu país. E foi em uma dessas lutas, especificamente em 2 de Março de 1943, que ele foi atingido por um tiro que mudaria toda a sua história, mas que revelaria traços marcantes de memórias estilhaçadas.

                                

       Logo após o tiro, ele foi levado a um hospital próximo, onde permaneceu em coma por alguns dias. Depois, recuperou sua consciência e, só acordava e dormia, além de não entender o que ocorria, com uma sensação de que sua cabeça estava vazia. Com o passar do tempo, acabou descobrindo seu nome com o médico, ademais de se relembrar da sua família, porém tudo parecia sem sentido, fragmentado, despedaçado.




        Entretanto, nele havia dois pensamentos predominantes: que ele não servia pra nada e o outro que o impulsionava a viver, pois tempo curaria tudo. Foi então que esse homem começou a ser analisado pelo autor deste texto, que acabou por perceber a especificidade desse homem, que escreveu três mil páginas de uma espécie de diário relatando sua vida, o que em parte era surpreendente para os psicólogos da época. Ele analisou o estado do homem lhe fazendo algumas perguntas, onde ele pode perceber que ele havia se esquecido de algumas palavras simples, apesar de conhecer outras. Por exemplo, ele tinha dificuldades em se orientar e em contar sua história, porque muitas vezes esquecia palavras simples, como “irmã”.

        Então vamos a parte chata, anatomia do cérebro...POR QUE ESTE HOMEM APRESENTAVA MEMÓRIAS FRAGMENTADAS E SEM SENTIDO? POR QUE DESSA DESORIENTAÇÃO?
                                         
        É o seguinte, a bala atingiu o cérebro do homem na parte esquerda, o que acabou por causar uma atrofia progressiva e irreversível, porém não me perguntem o que é, pois não sei. Mas isso não vem ao caso, o que é importante saber, é que o nosso cérebro possui três blocos importantes e vitais:

        1-Bloco Energizador: Constitui um posto preliminar para o desenvolvimento das funções metabólicas do organismo e da excitação dos órgãos sensoriais, ademais de ser responsável em nos manter acordados. (ESSE BLOCO NÃO FOI ATINGIDO PELA BALA).
                                
        2-Bloco de recebimento, processamento e retenção das informações do mundo exterior: esse bloco que recebe as imagens produzidas no reflexo visual e os processa mandando para o córtex visual primário, que fragmenta as imagens; em seguida, as imagens fragmentadas vão para o córtex visual secundário, que a compacta e lhe dá um sentido, transformando estímulos em padrões. (ESSA PARTE FOI DANIFICADA, EXATAMENTE O CÓRTEX SECUNDÁRIO).
        Logo, aqui se explica o porquê de um homem ver imagens fragmentadas e sem sentido, além de só ver as coisas de um lado da visão, que no caso era à esquerda. Ademais, ele tinha “RETALHOS DE MEMÓRIA”, com dificuldades em comunicá-los.

 

3-Formação e Sustenta intenções, ademais de planejar ações e levá-las a cabo.   
        Esse bloco não foi atingido pela bala, o que explica por exemplo porque que o homem pensava no seu futuro e lutava para recuperar o que havia perdido.
        Em um trecho ele diz: “Não perdi a esperança que ficarei apto para algum trabalho (...)”
                                 

        Agora imagine você, não conseguindo ver metade do seu corpo, tendo alucinações e não sabendo o que certas partes do seu corpo são e o que podem fazer...é aterrorizante, não é? Mas a força de vontade do homem é o que mais chamou atenção do autor.
        Mas Flávia, que história massa, legal...MAS QUAL A CONCLUSÃO? Amigos, vocês se lembram da postagem sobre o determinismo neurogenético, no qual os médicos rotulava as pessoas pelo cérebro? Agora para e pensa: Esse texto vem comprovar mais uma vez a VARIÂNCIA DO SER HUMANO, tanto é que o autor não se importou com o cérebro e sim, com o próprio paciente e o seu contexto. O cérebro não explicava e nem explica tudo, por isso nós devemos observar as pessoas baseado na particularidade de cada uma e não as impor uma rotulação universal.

#PALMASPARAOLURIA
#QUESUPERAÇÃO
#MUNDOESTILHAÇADOMASNUNCACABADO

Vídeo Útil: https://www.youtube.com/watch?v=jspHDWmr-98.


Referência: Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes