sexta-feira, 5 de junho de 2015

O MUNDO DE UM HOMEM ESTILHAÇADO

Olá amiguinhos, how are you?
       Espero que fine, because hoje é dia de postagem nova!

        E hoje vamos tratar de FATOS REAIS. Então atentem-se a cada palavra nessa postagem, porque tudo que aqui será dito, é real e foi vivido por um homem.

                                 

       Hoje nosso tema envolve guerra e cérebro. Trata-se basicamente da história de um homem, que durante a guerra, foi atingido por um projétil em seu cérebro, que acabou por propiciar memórias fragmentadas ao homem. Mas vamos ao contexto: tal homem vivia em uma cidade da União Soviética, chamada Epifani, durante o ano de 1941, quando acabava o ensino médio e ingressava no ensino superior para trabalhar nas áreas de ciência e tecnologia. Porém, à princípios de 1943, ele teve que lutar contra os nazistas, que invadiam o seu país. E foi em uma dessas lutas, especificamente em 2 de Março de 1943, que ele foi atingido por um tiro que mudaria toda a sua história, mas que revelaria traços marcantes de memórias estilhaçadas.

                                

       Logo após o tiro, ele foi levado a um hospital próximo, onde permaneceu em coma por alguns dias. Depois, recuperou sua consciência e, só acordava e dormia, além de não entender o que ocorria, com uma sensação de que sua cabeça estava vazia. Com o passar do tempo, acabou descobrindo seu nome com o médico, ademais de se relembrar da sua família, porém tudo parecia sem sentido, fragmentado, despedaçado.




        Entretanto, nele havia dois pensamentos predominantes: que ele não servia pra nada e o outro que o impulsionava a viver, pois tempo curaria tudo. Foi então que esse homem começou a ser analisado pelo autor deste texto, que acabou por perceber a especificidade desse homem, que escreveu três mil páginas de uma espécie de diário relatando sua vida, o que em parte era surpreendente para os psicólogos da época. Ele analisou o estado do homem lhe fazendo algumas perguntas, onde ele pode perceber que ele havia se esquecido de algumas palavras simples, apesar de conhecer outras. Por exemplo, ele tinha dificuldades em se orientar e em contar sua história, porque muitas vezes esquecia palavras simples, como “irmã”.

        Então vamos a parte chata, anatomia do cérebro...POR QUE ESTE HOMEM APRESENTAVA MEMÓRIAS FRAGMENTADAS E SEM SENTIDO? POR QUE DESSA DESORIENTAÇÃO?
                                         
        É o seguinte, a bala atingiu o cérebro do homem na parte esquerda, o que acabou por causar uma atrofia progressiva e irreversível, porém não me perguntem o que é, pois não sei. Mas isso não vem ao caso, o que é importante saber, é que o nosso cérebro possui três blocos importantes e vitais:

        1-Bloco Energizador: Constitui um posto preliminar para o desenvolvimento das funções metabólicas do organismo e da excitação dos órgãos sensoriais, ademais de ser responsável em nos manter acordados. (ESSE BLOCO NÃO FOI ATINGIDO PELA BALA).
                                
        2-Bloco de recebimento, processamento e retenção das informações do mundo exterior: esse bloco que recebe as imagens produzidas no reflexo visual e os processa mandando para o córtex visual primário, que fragmenta as imagens; em seguida, as imagens fragmentadas vão para o córtex visual secundário, que a compacta e lhe dá um sentido, transformando estímulos em padrões. (ESSA PARTE FOI DANIFICADA, EXATAMENTE O CÓRTEX SECUNDÁRIO).
        Logo, aqui se explica o porquê de um homem ver imagens fragmentadas e sem sentido, além de só ver as coisas de um lado da visão, que no caso era à esquerda. Ademais, ele tinha “RETALHOS DE MEMÓRIA”, com dificuldades em comunicá-los.

 

3-Formação e Sustenta intenções, ademais de planejar ações e levá-las a cabo.   
        Esse bloco não foi atingido pela bala, o que explica por exemplo porque que o homem pensava no seu futuro e lutava para recuperar o que havia perdido.
        Em um trecho ele diz: “Não perdi a esperança que ficarei apto para algum trabalho (...)”
                                 

        Agora imagine você, não conseguindo ver metade do seu corpo, tendo alucinações e não sabendo o que certas partes do seu corpo são e o que podem fazer...é aterrorizante, não é? Mas a força de vontade do homem é o que mais chamou atenção do autor.
        Mas Flávia, que história massa, legal...MAS QUAL A CONCLUSÃO? Amigos, vocês se lembram da postagem sobre o determinismo neurogenético, no qual os médicos rotulava as pessoas pelo cérebro? Agora para e pensa: Esse texto vem comprovar mais uma vez a VARIÂNCIA DO SER HUMANO, tanto é que o autor não se importou com o cérebro e sim, com o próprio paciente e o seu contexto. O cérebro não explicava e nem explica tudo, por isso nós devemos observar as pessoas baseado na particularidade de cada uma e não as impor uma rotulação universal.

#PALMASPARAOLURIA
#QUESUPERAÇÃO
#MUNDOESTILHAÇADOMASNUNCACABADO

Vídeo Útil: https://www.youtube.com/watch?v=jspHDWmr-98.


Referência: Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes


4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Aluna: Priscila Taís de O. Morais- 11/0136659
    Monitor: Túlio
    Bom, o texto é de extrema importância para reflexão sobre a vida, e de como podemos ter esperança acerca dela a partir do exemplo desse homem, que apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas pelo incidente, ainda tinha força de vontade de superar sua situação e continuar a viver. Essa situação, bem diferente daquela que tratamos acerca do texto sobre suicídio, é um exemplo nato do prazer pela vida, e não o contrário, como é vivenciado por pessoas com pensamento suicida, embora este homem tivesse inúmeros motivos para desejar a morte.
    Um ponto a ser destacado é sobre o próprio cérebro. De como este reage a determinadas situações que ainda desconhecemos, demonstrando que sua complexidade é de fato verídica e lacunas obscuras que ainda não são justificadas nem mesmo pelos próprios neurocientistas, psicólogos e psiquiatras, e todos os outros profissionais que trabalham com a questão biológica e psicológica do cérebro. Exemplo dessa complexidade no texto, é a citação do autor sobre esse homem que embora atingido no cérebro, conseguiu escrever três mil páginas de uma espécie de diário relatando sua vida.
    É incrível como este órgão é importante para nossa vida, sendo ele o norteador do nosso comportamento, pensamentos, e sentimentos, como foi destacado pelo próprio texto, e que se atingido há uma mudança radical nesses fatores, influenciando de forma significativa na nossa integridade e identidade pessoal.
    É importante a colocação da blogueira ao mencionar que o autor fez relevância somente ao homem e seu contexto, não se atentando tanto ao fator biológico e anatômico do cérebro, ou seja, em centralizar esse órgão como o eixo do estudo. Isso me faz lembrar na atuação dos profissionais, principalmente da área da saúde, que historicamente e culturalmente é uma área de cunho biológico, sendo assim, a prática desses profissionais sempre voltadas para o aspecto biológico e patológico. E isso está sendo, atualmente, reformulado e ressaltado para uma prática biopsicossocial, ou seja, centralizar o paciente e seu contexto de vida, e não mais a doença, para que assim, aprofunde-se melhor a atuação levando em consideração todos os fatores que contribuem e permeiam ou o adoecimento do paciente ou a cura do mesmo. E isso caracteriza o atendimento humanizado em saúde, que é essencial para a promoção de uma melhor qualidade de vida do paciente.

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  3. Esse texto aborda os indivíduos em seu uso das drogas, inicialmente retrata o fenômeno de escada, em que os jovens começam a se envolver com as drogas aos 13 anos, em especial a maconha, logo depois passam a se envolver com a cocaína aos 16 anos e após um período médio de 10 anos terminam por se direcionar para o crack. Uma escada que se referencia na lesividade das drogas ( potencial de adicção e efeitos neurofisiológicos gerais ).
    A terapia comportamental cognitiva se traduz em uma abordagem mais prática, estratégica, comportamental e baseada em focos pré - definidos e prazos bem delimitados. A partir da definição anterior se prossegue para a entrevista semi estruturada em que os sujeito foram escolhidos pela técnicas de Snow Ball ( em que um primeiro sujeito escolhido escolhe um numero de outros sujeitos progressivamente até se atingir a quantidade final, sendo tudo baseado em critérios, apos um espaço amostral primário serão realizadas entrevistas para um espaço amostral secundário mais refinado e a partir do qual o procedimento irá se realizar sobre ). A técnica utilizada como mecanismo a partir de um tratamento terapêutico baseado na TCC, em que havia o registro da dinâmica terapêutica.
    Dentro dessa entrevista o sujeito entrevistado chegou com uma auto – imagem ou auto conceito extremamente negativo. Sem consciência de se mesmo ou dos próprios padrões comportamentais, durante a análise do paciente, foi identificado toda uma rede de causalidade empírica de matriz familiar que interferiu decisivamente na busca da drogas que atuou como uma fuga ou caminho para sair da realidade, ( pressão da realidade freudiana ). Durante o curso das entrevistas, houve um episódio de recaída em que houve amparo familiar. No final o paciente já estava novamente sem uso da droga, com um trabalho fixo, namorada e perspectivas de estudo definidas. Durante esse tratamento não houve intervenção farmacológica, mas apenas uma nova organização cognitiva ( nova estruturação de pensamentos, idéias e crenças ) e subsequentes modificações comportamentais.
    A entrevista exemplificou que novas soluções terapêuticas enfocadas mais no contexto, em novas compreensões cognitivas ( mentais ) com desdobramentos comportamentais, são eficazes. Um adicional seria em relação ao direito, visto que, a política de criminalização de condutas relacionadas as drogas, a titulo psicológico, não gera modificações cognitivas de médio e longo prazo ( internalizações ) e se mostram extremamente seletivas e ineficazes.

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  4. monitora gabriela 150014040
    achei bacana o texto, e ele nos ensina sobre a reflexao... nos mostra as tres partes do cerebro, o qual importante eh cada parte, fala sobre o homem que levou um tiro de um projetil durante uma guerra e mesmo assim nao desistiu de ''lutar''

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